Caixas e caixinhas

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Despedida

Fecho uma porta. Respiro fundo e tento controlar as lágrimas. Para trás ficaram 26 anos de recordações.
Foi alí que aprendi a ser aquilo que sou hoje. O meu doce refúgio... A minha masmorra fria...
Cada cantinho tem uma história. Neste espaço que agora vejo vazio, despojado das coisas minhas e de nós, só me restam as paredes, cúmplices das minhas memórias daquele espaço outrora vivido...
Guardo as melhores recordações mas também as piores. O culminar destas situações proporcionou este desfecho e apesar de saber que este dia iria chegar, não deixou de ser um choque para todos.
Fecho uma porta. A minha porta. Estendo a chave. Dou uma última mirada. "Já tem saudades da casa?" perguntam-me. Aceno que sim...
Agora já não é minha... A minha casa. A casa onde cresci. A casa onde imaginei que os meus filhos pudessem um dia visitar a avó e brincar na praceta, a aprender a andar de bicicleta, como eu própria aprendi um dia...
Aguardo agora o meu futuro com o meu passado guardado em caixas...