Caixas e caixinhas

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

E o vermelho é mesmo vermelho?

Depois de ler aqui, lembrei-me deste texto que conheci no primeiro ano da faculdade, numa aula de desenho.
“Era uma vez um pintor que tinha um aquário com um peixe vermelho. Vivia o peixe tranquilamente acompanhado pela sua cor vermelha até que principiou a tornar-se negro apartir de dentro, um nó preto atrás da cor encarnada. O nó desenvolvia-se alastrando e tomando conta de todo o peixe. Por fora do aquário o pintor assistia surpreendido à chegada do novo peixe.O problema do artista era que, obrigado a interromper o quadro onde estava a chegar o vermelho do peixe, não sabia o que fazer da cor preta que ele agora lhe ensinava. Os elementos do problema constituíam-se na observação dos factos e punham-se por esta ordem: peixe, vermelho, pintor- sendo o vermelho o nexo entre o peixe e o quadro, através do pintor. O preto formava a insídia do real e abria um abismo na primitiva fidelidade do pintor. Ao meditar sobre as razões da mudança exactamente quando assentava na sua fidelidade, o pintor supôs que o peixe, efectuando um número de mágica, mostrava que existia apenas uma lei abrangendo tanto o mundo das coisas como o da imaginação. Era a lei da metamorfose. Compreendida esta espécie de fidelidade, o artista pintou um peixe amarelo.”

Texto/Citação > Herberto Helder (n.1930), Portugal > Teoria das Cores, in "Os Passos em volta", ed. Assírio e Alvim (8ª Edição), Lisboa, 2001 (texto publicado inicialmente em 1962, com alterações em edições posteriores)

domingo, 4 de novembro de 2007

1 Ano

A caixinha de Pandora foi aberta pela primeira faz hoje um ano.

Um ano de partilha de experiências, de emoções, de sonhos, de dúvidas...


Um ano de partilha daquilo de que é feita a minha história.

Momentos cristalizados numa dança de palavras... guardados, aqui, em caixinhas!