Ground Zero
Esta minha fase já começou pelos vistos há já muito tempo mas com a correria do dia-a-dia, nem dei pelo tempo e nem tive tempo para parar para pensar e perguntar "Mas afinal o que se passa aqui?"
Resolvi dar "o" passo, tantas vezes adiado e já mentalizada para o pior cenário (julgava eu) que poderia acontecer. Até já tinha achado piada ao facto de ser obrigada a mudar de imagem. Mas seria por uma boa causa. Afinal iria fazer desaparecer o problema que me andava a importunar há tanto...
Na sexta à tarde, em vez de ver resolvido o meu problema, afinal, vi que ele se tornou num problema ainda maior. Tinhamos passado para o próximo nível. O básico já não chegava, pois aí tudo bem, mas se o problema existe, vamos lá ver de onde ele vem. Saí do consultório assustadíssima, pois é inevitável não pensarmos o pior... Os exames que se seguem ditam tudo. Ditam como vai ser a minha vida depois disto. E apesar de toda a gente dizer que não vão encontrar nada, que tudo não vai passar de um susto, o fantasma paira no ar. E há semelhança de uma crinaça pequena, eu tenho medo dos fantasmas; dos que existem e dos que não existem...
Sinto que nesta etapa da minha vida, em que me esforço tanto para subir mais um degrau, há a possibilidade, ainda que remota, de ser obrigada a ter que descer... até ao Ground Zero. Se realmente acontecer, resta-nos saber lidar com o que resta no fim de tudo...