Hoje, como já vem sendo um hábito, tive mais uma insónia...
O meu quotidiano tem-se transformado num autêntico mar revolto, que me tem trazido muitas dificuldades ao navegá-lo...
À noite, quando supostamente devia descansar física e psicologicamente, para me preparar para a grande batalha de um novo dia, os pensamentos vão e vêm e não deixam a minha mente ter a serenidade suficiente para me deixar dormir... E não é fácil contornar a questão...
Uma solução rápida e eficaz era engolir uns comprimidos e aterrar até ao outro dia de manhã e acordar meia zoombie, mas sinceramente, e por ter visto tão de perto as consequências da habituação a estes recursos, não acho que seja de todo a melhor solução a longo prazo.
O que tenho que fazer é algo tão simples como deixar os problemas profissionais, problemas de outros, ainda por cima, lá fora à porta de casa, como se costuma dizer. Mas agora expliquem-me como isso se faz, se faz favor, principalmente quando 90% do meu dia (acordada) é a trabalhar, quando se tem dois empregos e questões para resolver em simultâneo, quando se trabalha com o marido e se sai ás 10 da noite do escritório, chegar a casa e até à hora de dormir, se continuar a falar das questões profissionais de amanhã? Quando se tem problemas que nos tiram o sono e se sente culpa por coisas que nem são da nossa responsabilidade, quando nos envolvemos demasiado nas questões pessoais de outros e afinal vivemos a nossa vida em função das necessidades de outros enquanto que as nossas vão sendo postas em stand by? Quando tenho sempre que me preocupar com a conduta daqueles que me rodeiam, para que se consiga viver de uma forma mais harmoniosa possivel, pois estas pessoas lidam connosco diariamente e algumas acompanham-nos inclusive durante toda a vida. Digo-vos já que não tem sido fácil tentar gerir isto tudo...
Resta-me a espectativa que tenho nas aulas de Ioga como estratégia natural para manter a minha mente e corpo mais serenos e a alegria de me sentir recompensada, quando os projectos a que me proponho me correm bem, como no caso na pós-graduação em que tive a nota máxima atribuída! Valeu as noites sem dormir e as preocupações de génese académico, das quais já tinha saudades, por incrível que pareça! E como tudo era afinal tão pacífico...
E resta-me também o privilégio de ter encontrado a pessoa certa para ter ao meu lado em todos os âmbitos na minha vida, que me tem dado tanta força e alento e que partilha comigo esta grande aventura que é a Vida. Obrigada por seres o meu companheiro nesta viagem, mesmo quando o barco ameaça afundar, sei que tenho e que tu também tens, uma mão que me possa trazer ao cimo e me fazer olhar para o céu azul sobre nós e fazer esquecer o turbilhão de águas turvas que por vezes se instala ao nosso redor...