Caixas e caixinhas

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Guerreira


A Guerreira respira fundo e numa dança subtil coordena os seus movimentos para assumir a sua posição de ataque. Fixa a linha do horizonte e lembra-se de quem é afinal.
Quem é a pessoa que trás dentro deste corpo, a viver esta vida.
Se despir tudo que é acessório, reside apenas a alma. A alma e a sua força.
Então a Guerreira lembra o que lhe transmite o seu próprio nome, a sua história, os seus ideais. Lembra ainda as Guerreiras das gerações antecessoras e a influência que sempre imprimiram na sua vida, directa ou indirectamente. Lembra as sua próprias batalhas passadas, as que venceu e as que ganhou, nem que seja em experiência.
A Guerreira pára no meio do caos do campo de batalha e reflecte: Quem é o inimigo afinal?
Olha em volta, semicerra os olhos, cerra os dentes e sem se mexer, direcciona o seu ataque.
Não sabe quanto tempo durará a batalha, mas uma coisa ela tem a certeza: não pode desistir.
Porque ela é "A Guerreira".

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Insónia

Hoje, como já vem sendo um hábito, tive mais uma insónia...

O meu quotidiano tem-se transformado num autêntico mar revolto, que me tem trazido muitas dificuldades ao navegá-lo...

À noite, quando supostamente devia descansar física e psicologicamente, para me preparar para a grande batalha de um novo dia, os pensamentos vão e vêm e não deixam a minha mente ter a serenidade suficiente para me deixar dormir... E não é fácil contornar a questão...


Uma solução rápida e eficaz era engolir uns comprimidos e aterrar até ao outro dia de manhã e acordar meia zoombie, mas sinceramente, e por ter visto tão de perto as consequências da habituação a estes recursos, não acho que seja de todo a melhor solução a longo prazo.


O que tenho que fazer é algo tão simples como deixar os problemas profissionais, problemas de outros, ainda por cima, lá fora à porta de casa, como se costuma dizer. Mas agora expliquem-me como isso se faz, se faz favor, principalmente quando 90% do meu dia (acordada) é a trabalhar, quando se tem dois empregos e questões para resolver em simultâneo, quando se trabalha com o marido e se sai ás 10 da noite do escritório, chegar a casa e até à hora de dormir, se continuar a falar das questões profissionais de amanhã? Quando se tem problemas que nos tiram o sono e se sente culpa por coisas que nem são da nossa responsabilidade, quando nos envolvemos demasiado nas questões pessoais de outros e afinal vivemos a nossa vida em função das necessidades de outros enquanto que as nossas vão sendo postas em stand by? Quando tenho sempre que me preocupar com a conduta daqueles que me rodeiam, para que se consiga viver de uma forma mais harmoniosa possivel, pois estas pessoas lidam connosco diariamente e algumas acompanham-nos inclusive durante toda a vida. Digo-vos já que não tem sido fácil tentar gerir isto tudo...


Resta-me a espectativa que tenho nas aulas de Ioga como estratégia natural para manter a minha mente e corpo mais serenos e a alegria de me sentir recompensada, quando os projectos a que me proponho me correm bem, como no caso na pós-graduação em que tive a nota máxima atribuída! Valeu as noites sem dormir e as preocupações de génese académico, das quais já tinha saudades, por incrível que pareça! E como tudo era afinal tão pacífico...

E resta-me também o privilégio de ter encontrado a pessoa certa para ter ao meu lado em todos os âmbitos na minha vida, que me tem dado tanta força e alento e que partilha comigo esta grande aventura que é a Vida. Obrigada por seres o meu companheiro nesta viagem, mesmo quando o barco ameaça afundar, sei que tenho e que tu também tens, uma mão que me possa trazer ao cimo e me fazer olhar para o céu azul sobre nós e fazer esquecer o turbilhão de águas turvas que por vezes se instala ao nosso redor...